Desejo pelas marcas continua crescente, mas ritmo lento da economia reduziu gastos no setor
Existe entre os consumidores de marcas de luxo um sentimento de merecimento. Para eles, é normal presentar a si mesmo com algo que você queria muito. Ao mesmo tempo, alguns consumidores evitam produtos luxuosos para evitar parecerem arrogantes ou chamarem atenção demais. Por isso, as marcas de luxo estão cada vez mais envolvendo seus públicos-alvo em experiências que ultrapassem o que o dinheiro pode comprar. Isso pode significar fazer parte de algum processo de confecção da peça, ou ter acesso a um produto exclusivo.
Por isso, a “história da marca” e a experiência que ela proporciona se tornam um aspecto importante do relacionamento do consumidor com a marca. É o caso de sites de marcas luxuosas que oferecem acesso a desfiles de moda, revisitar as origens da empresa ou promover atividades exuberantes.
A Louis Vuitton, líder no ranking das marcas de luxo do BrandZ, avaliada em 28.508 milhões de dólares, apostou no seu passado de fabricante de baús e itens de viagem e realizou uma exposição no Grand Palais, em Paris, com baús e acessórios de viagem antigos. A Chanel, 4ª colocada do ranking, produziu um filme online sobre a sua fundadora, Coco Chanel, que foi interpretada por Kristen Stewart, garota-propaganda da linha de maquiagem da Chanel.
A Rolex, marca de relógios luxuosos mais valiosa do mundo, continuou se associando a grandes conquistas. Já a Hermès apostou em colocar dispositivos tecnológicos como itens de luxo, fechando uma parceria com a Apple para oferecer uma pulseira de couro para o Apple Watch.
Outras marcas de luxo também apostaram em comunicar a experiência da marca através de lojas conceito e a oferta de passeios dentro da empresa para alguns poucos consumidores.
Retração é reflexo da economia
Ainda que o desejo pelas marcas tenha se mantido em alta, muitas das conhecidas marcas de luxo sentiram os efeitos da desaceleração da economia, especialmente na China. As flutuações no mercado de turismo internacional, uma das grandes alavancas de vendas para o setor de luxo, também afetaram os resultados das marcas. No caso da loja da Tiffany & Co na 5ª Avenida em Nova Iorque, por exemplo, cerca de 40% das vendas são realizadas por turistas estrangeiros.
O desafio agora é fazer a marca ser ao mesmo tempo acessível (atraindo novos consumidores) e exclusiva (mantendo os atuais consumidores).
Fonte: Kantar Millward Brown
O que define o valor de uma marca de luxo?
Patrimônio histórico e legado cultural
Marcas de luxo não vendem apenas produtos — comercializam histórias. A Louis Vuitton, fundada em 1854, construiu sua reputação inicialmente com malas resistentes para a aristocracia europeia. Esse legado de artigos de viagem premium estabeleceu uma narrativa de sofisticação e funcionalidade, elementos que ainda hoje justificam preços elevados.
Outras marcas tentam replicar essa fórmula, mas poucas possuem um arquivo histórico tão rico. A LV, por exemplo, preserva designs clássicos como o padrão Monogram, criado em 1896 para combater falsificações, transformando-o em símbolo de autenticidade.
Exclusividade, qualidade e inovação como pilares
O luxo moderno exige equilíbrio entre tradição e ruptura. A Louis Vuitton investe em materiais como couro vegano tratado com técnicas artesanais, mantendo a durabilidade que a consagrou. Além disso, limita edições especiais para criar escassez — estratégia que valoriza seus produtos no mercado secundário.
Inovações como a integração de chips NFC em bolsas, para verificar autenticidade, mostram como a marca se adapta sem perder sua essência.
A trajetória da Louis Vuitton no topo do luxo global
Da mala de viagem ao símbolo de status social
A primeira loja da LV em Paris atraía clientes como Coco Chanel e o imperador Napoleão III. Porém, foi nas décadas de 1980 e 1990 que a marca se reinventou, sob direção de Bernard Arnault (CEO da LVMH). A expansão para bolsas femininas, como a Speedy e a Neverfull, capturou um público mais jovem, transformando acessórios em itens de desejo global.
Estratégias de marketing que revolucionaram o setor
A Louis Vuitton foi pioneira em colaborações com artistas como Takashi Murakami e Jeff Koons, unindo arte contemporânea ao luxo. Campanhas com influencers digitais e experiências imersivas em lojas, como a flagship em Tóquio com fachada dinâmica, reforçam seu apelo a millennials e Geração Z.
Números que comprovam a liderança da Louis Vuitton
Valuation da marca e crescimento anual
Segundo a consultoria Brand Finance, a Louis Vuitton possui valuation estimado em US$ 33,8 bilhões em 2023 — 20% acima da Hermès. Seu crescimento anual médio de 12% supera rivais, impulsionado por vendas na Ásia e no mercado online, que representa 18% do faturamento total.
Comparativo com rivais como Gucci e Hermès
Enquanto a Gucci aposta em designs ousados para atrair jovens, a LV mantém um equilíbrio entre clássico e moderno. Já a Hermès foca em produção ultraexclusiva (como a lista de espera para a bolsa Birkin), mas a Louis Vuitton domina em volume de vendas e penetração global.
Como a Louis Vuitton mantém sua relevância no século XXI
Colaborações com artistas e estilistas contemporâneos
Parcerias recentes com Nigo, criador da marca japonesa Human Made, e o estilista Pharrell Williams geraram coleções esgotadas em horas. Essas colaborações não apenas renovam o catálogo, mas conectam a marca a movimentos culturais atuais.
Sustentabilidade e tecnologia na produção de bolsas
A LV anunciou metas para usar 100% de energia renovável em suas fábricas até 2025. Além disso, o uso de couro vegetal tratado com taninos naturais em modelos como a Capucines atrai consumidores ecoconscientes sem comprometer o luxo.
O impacto das bolsas e mochilas Louis Vuitton no mercado
Modelos icônicos que viraram investimento
A bolsa Alma, lançada nos anos 1930, valorizou 240% no mercado de revenda na última década. Mochilas como a Discovery, com design utilitário, conquistaram profissionais urbanos que buscam funcionalidade sem abrir mão do status.
Por que os consumidores pagam um premium pela marca?
Além da qualidade, comprar uma Louis Vuitton é adquirir um ativo. Relatórios da plataforma Vestiaire Collective mostram que produtos LV retêm 70% do valor original após cinco anos, desempenho superior a marcas como Prada e Fendi.
A Louis Vuitton não é apenas uma marca — é um estudo de caso em como equilibrar herança e inovação. Seu domínio no valuation reflete não só a qualidade de seus produtos, mas uma habilidade única em criar desejo através de narrativas poderosas. Enquanto outros tentam acompanhar, a LV continua escrevendo o futuro do luxo.
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